Número de pessoas em situação de rua aumenta no Paraná
09/12/2024
Em agosto de 2024 eram 14.638 famílias vivendo nesta condição no estado. Cerca de 27% a mais do que no mesmo mês de 2023, que tinha 11.497 famílias vivendo em situação de rua. Número de pessoas em situação de rua aumentou em Curitiba e RMC
O número de pessoas vivendo em situação de rua no Paraná aumentou, segundo dados da Defensoria Pública do Paraná.
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Em agosto de 2024 eram 14.638 famílias vivendo nesta condição no estado. Cerca de 27% a mais do que no mesmo mês de 2023, que tinha 11.497 famílias vivendo em situação de rua.
Curitiba concentra o maior número de pessoas em situação de rua. Em agosto de 2023, eram 3.342 famílias nesta condição na capital paranaense. Neste ano, aumentou para 4.057 famílias.
Por meio de nota, a Prefeitura de Curitiba informou que oferece uma rede de proteção social, com dez centros de referência especializados em assistencia social, com casas de acolhida, mesa solidária, cursos profissionalizantes e atendimento de saúde nas praças.
De acordo com o defensor público Antonio de Almeida, um dos agravantes para o aumento da população em situação de rua foram questões econômicas fruto da pandemia da Covid-19.
"A gente ainda vê aí uma dificuldade a gente reinserir essas pessoas após esse agravamento, a gente vê também essa alteração do perfil. Antes era muito comum nos cenários urbanos nós vermos mais indivíduos, pessoas individualmente em situação de rua, hoje temos famílias em situação de rua. É um problema estrutural, problema que vem se agravando cada vez mais e, infelizmente, a gente não vê ainda um amadurecimento no debate público para contornar essa situação, para superar essa situação de extrema vulnerabilidade nas ruas", afirma.
A falta de políticas públicas que englobam fatores diversos também aumentam a gravidade da situação.
"A gente vê que há uma carência de uma estruturação para o acolhimento adequado dessas pessoas. A gente verifica que há uma destinação quase que relegar esse assunto apenas para a assistência, quando na verdade a gente tem na caracterização própria das pessoas em situação de rua uma multiplicidade tanto que levam a situação de rua, quanto também de permanência na situação de rua. Então são problemas de saúde, de assistência, geração de emprego e renda, e principalmente problemas de moradia", defende.
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Mesmo cenário na Região Metropolitana
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RPC
A situação reflete o mesmo cenário em cidades da Região Metropolitana de Curitiba. Confira os dados das três maiores cidades da região:
São José dos Pinhais:
agosto 2023: 684 famílias em situação de rua
agosto 2024: 814 famílias em situação de rua
Colombo:
agosto 2023: 122 famílias em situação de rua
agosto 2024: 158 famílias em situação de rua
Fazenda Rio Grande:
agosto 2023: 183 famílias em situação de rua
agosto 2024: 210 famílias em situação de rua
Em nota, a Prefeitura de Colombo afirmou que o trabalho de assistência social funciona 24 horas e que as pessoas em situação de rua são encaminhadas para banho, alimentação, higiene e acompanhamento técnico, inclusive com encaminhamento à saúde e emprego.
A Prefeitura de Fazenda Rio Grande disse que dispõe de um espaço de referência para convivência e acesso aos serviços básicos de higiene e alimentação, oferecendo suporte para inclusão social e superação da situação de rua.
Decisão judicial em São José dos Pinhais
Número de pessoas em situação de rua aumenta no Paraná
RPC
A Prefeitura de São José dos Pinhais vai manter o financiamento de 80 vagas em uma instituição de acolhimento de pessoas em situação de ruas, abertas temporariamente para o período de inverno.
O município conta com apenas 25 vagas permanentes.
O financiamento foi determinado pela Justiça nesta terça-feira (3) após a Defensoria Pública do Paraná entrou com uma ação pública contra a prefeitura, motivada pelo fechamento, de uma só vez, das vagas.
Caso descumprisse a decisão judicial, o município estaria sujeito a uma multa diária de R$ 10 mil.
"Mesmo com a cessação da Operação Inverno, essas 80 vagas não ficaram ociosas. Elas continuaram sendo utilizadas, justamente em razão da demanda. Mais de 800 pessoas em situação de rua, apenas 25 vagas não seriam o suficiente. Nós tentamos com diálogo da sociedade civil, com a municipalidade também, para fazer com que houvesse a manutenção dessas 80 vagas", detalha o defensor público Antonio de Almeida.
Por meio de nota, a Prefeitura de São José dos Pinhais afirmou que vai garantir as vagas por mais 60 dias. Paralelamente, realizará reuniões com a Defensoria Pública, o Ministério Público do Paraná e entidades relacionadas ao atendimento da população em situação de rua, para discutir e definir as políticas públicas a serem implementadas após o término da prorrogação.
"Além disso, a prefeitura já está buscando um novo local para melhor atender a população em situação de rua, ampliando as possibilidades de acolhimento e atendimento especializado", afirma a nota.
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